“Nem todos os ataques de pânico foram iguais…”

Já tive ataques de pânico em variadas situações:

– num elevador com pouco espaço dentro de uma montanha;

– no avião por sentir que estou fechada e não posso abrir janelas e nem sair porta fora quando me apetece;

– em casa, sem razão aparente, logo ao acordar;

– em ocasiões de cumprimento de horários, ou seja, com pico maior de stress;

– na rua, confrontada com uma multidão de gente, também pelo facto de me sentir presa e saber que não é fácil andar porque tenho de esperar e desviar-me das pessoas;

– em túneis compridos, sem ver a saída de imediato;

– filas de transito, calor, sede e o facto de saber que é uma situação que não controlo, não posso avançar com o carro quando quero;

– em pleno restaurante, depois da refeição, já a relaxar com o meu filho a dormir ao meu colo e calor. Mas antes da refeição tinha sentido stress, pois o meu filho tinha feito 2 birras valentes num curto espaço de tempo.

Sintomas:

– ritmo cardíaco muito acelerado, o coração a bater descompensadamente;

– falta de ar, sensação de perder o controlo, vamos morrer porque não conseguimos respirar, só queremos ir para o hospital para nos salvarem;

– tensão arterial alta;

– tremuras;

– muita sede;

– vontade de urinar muito frequente;

– tonturas;

– não conseguir comer, só apetece líquidos ou gelados, fruta, coisas que passem facilmente na garganta;

– sensação de fraqueza, mau estar geral, parece que estamos quase a ter uma quebra de tensão.

Nem todos os ataques de pânico foram iguais, por vezes com vários sintomas ao mesmo tempo e outras só com um dois dos sintomas. A intensidade e a duração do ataque de pânico também varia muito. Tive dias que senti o dia todo e de uma forma bastante dolorosa, com muita falta de ar. E outras vezes, tinha só tremuras e durante um curto espaço de tempo.

Enquanto estive nesta fase, mesmo não sentido ataques de pânico, andei sempre muito chorosa, só via os aspetos negativos em todas as ocasiões e por isso, comecei a sentir muitos medos, pois só me lembrava das situações trágicas que vivemos no mundo atual e  cheguei a questionar porque tive a coragem de ter tido filhos num mundo tão mau.