Durante uma situação de isolamento cada pessoa pode reagir de forma diferente, tendo em conta as suas características individuais, as suas experiências passadas e o apoio de pessoas próximas. Não há uma forma certa de reagir, por isso é normal sentir:
- Ansiedade e medo relativamente à sua saúde e à de pessoas próximas.
- Preocupação pelo facto de ter de ficar em isolamento ou alguém próximo ter de o fazer. Preocupação pelo facto de ter de monitorizar sinais de doença com regularidade. Preocupação pelo facto de estar afastado do trabalho e por não conseguir fazer as suas rotinas habituais.
- Incerteza sobre o que vai acontecer e sobre quanto tempo que será necessário permanecer em isolamento.
- Frustração e aborrecimento, por não poder realizar as suas rotinas e actividades habituais.
- Tristeza, falta de esperança.

O stress, durante uma situação de crise como a que vivemos, pode manifestar-se de muitas formas:
- medo e preocupação pela nossa saúde e pela dos nossos familiares ou pessoas mais próximas;
- alterações nas rotinas de sono ou de alimentação;
- dificuldades de concentração;
- agravamento de problemas de saúde já existentes;
- aumento do uso de álcool, tabaco, ou outras substâncias.
Então, o que fazer para reduzir os níveis de stress durante o isolamento?
- Mantenha-se informado a partir de fontes de informação credíveis e partilhe-as com as pessoas mais próximas. Isto evita que se propaguem mitos infundados que espalham o pânico. Para aceder a informação oficial e atualizada, em português, consulte o site da Direção Geral de Saúde.
- Limite o tempo dedicado a procurar notícias sobre este tema. É importante escolher 1 ou 2 fontes de informações credíveis e evitar uma avalanche de notícias a toda a hora, definindo também um limite de tempo por dia dedicado a esta tarefa.
- Mantenha a sua rotina o mais próximo possível do habitual. Fazer uma lista de tarefas ajuda a que não disperse entre outras atividades e ajuda-o a manter-se motivado.
- Cuide do seu corpo: Tente comer de forma saudável, fazer exercício regularmente e exercícios de relaxamento, dormir o suficiente e evitar o álcool e outras drogas.
- Reserve tempo para descontrair: faça atividades que lhe dêem prazer, como ver um filme ou ler um livro.
- Mantenha-se em contacto com os outros, por telefone, videochamada, mensagens… Fale com pessoas em quem confie sobre as suas preocupações e sobre como se sente. Além disso, alguém pode também estar a precisar de uma chamada sua.
Lembre-se: o distanciamento que é pedido é apenas físico. Esta pode até ser uma oportunidade para se aproximar das pessoas de quem gosta de formas inovadoras: videochamadas, gravações de áudio, jogos através de aplicações…
Esta não é a primeira situação difícil que enfrenta: recorra às estratégias que usou no passado e que foram eficazes e aplique-as agora!
Peça ajuda sempre que necessário, especialmente se os níveis de stress estiverem a interferir com a sua capacidade de fazer as tarefas habituais, durante vários dias ou semanas.
Sinais comuns de stress que devem motivar um pedido de ajuda:
– Sentir-se atordoado, sem esperança ou capacidade de reagir, ansioso ou com medo;
– Alterações no apetite, energia e níveis de atividade;
– Dificuldades de concentração;
– Dificuldades em adormecer ou em manter o sono; pesadelos; pensamentos ou imagens perturbadoras;
– Sensações físicas fora do habitual: dores de cabeça, dores no corpo, queixas de estômago,etc.;
– Sentimentos de raiva, ou sentir que “ferve em pouca água”;
– Aumento do consumo de álcool, tabaco ou outras drogas.
As pessoas com doença mental devem continuar os seus tratamentos e estar atentas ao aparecimento de novos sintomas ou ao agravamento dos mesmos.