Demência vascular

Quadros demenciais que surgem em consequência dos vários tipos de patologia cerebrovascular (ou seja, doenças dos vasos sanguíneos responsáveis pela irrigação do tecido cerebral). Na globalidade, a demência vascular é a segunda causa mais comum de demência, com prevalência semelhante à encontrada na Demência com Corpos de Lewy. É ligeiramente mais comum nos homens e a sua prevalência aumenta com a idade, surgindo tipicamente na sétima ou oitava décadas de vida.

O início pode ser abrupto, quando surge em consequência de uma lesão num grande vaso (AVC, por exemplo), ou gradual, o que acontece mais frequentemente quando são atingidos vasos mais pequenos. O processo demencial neste caso evolui caracteristicamente em escada, com períodos de maior deterioração seguidos de recuperação parcial. Embora varie significativamente, estes doentes poderão ter um pior prognóstico em termos de sobrevida após o diagnóstico em comparação com aqueles com DA.

A apresentação clínica é bastante variável consoante o tipo, extensão e localização da lesão vascular. A função executiva é o principal domínio cognitivo afetado, com os doentes apresentando dificuldades na iniciação, planeamento e organização de tarefas e dificuldades no pensamento abstrato. Alterações da marcha, incontinência e lentificação psicomotora são comuns, tais como manifestações psiquiátricas que incluem depressão, apatia, alterações da personalidade e mudanças rápidas e imotivadas das emoções. Estes doentes geralmente conservam juízo crítico para a sua condição mórbida até fases tardias da doença.