O que é a ansiedade?
Ansiedade é uma sensação comum, que a maioria de nós já sentiu. Surge em situações em que existe uma possível ameaça, seja esta real ou imaginária. Muitas vezes a ansiedade é útil porque funciona como um sistema de alerta do nosso corpo, deixando-nos mais preparados para lidar com qualquer imprevisto que possa acontecer.

Quando encontramos situações que nos deixam desconfortáveis e parecem estar fora do nosso controlo podem surgir alguns sintomas como suores, palpitações, tensão nos músculos, etc. Também é comum quando estamos ansiosos, ou mesmo com medo, pensar que não vamos ser capazes de resolver o problema, que alguma coisa negativa vai acontecer.
Por vezes a ansiedade surge demasiadas vezes ou de forma muito intensa, perdendo o seu papel protector de alerta. Os sintomas podem ser tão intensos que se tornam assustadores e nos levam a pensar que vamos perder o controlo sobre nós próprios, o nosso corpo ou a nossa vida. Esta ansiedade exagerada causa sofrimento e pode significar que existe uma doença.
O que é mais frequente sentir quando se está ansioso?
- Suores, boca seca, visão turva, tonturas, dores de cabeça
- Enjoos, náuseas, vómitos, diarreia ou obstipação, aerofagia (“arrotar”) ou flatulência
- Vontade de urinar frequente
- Tremor, tensão/dor muscular, inquietação ou sensação de corpo preso/bloqueado
- Palpitações no coração ou dor no peito, dificuldade em respirar
- Dificuldade em concentrar-se, alterações da memória
- Sensação de instabilidade, irritabilidade
- Medo de perder o controlo, de ficar louco, ou mesmo de morte a qualquer momento
Como lidar com uma crise de ansiedade?
1. Apesar das suas sensações e sintomas serem assustadores, não são perigosos.
2. Tentar compreender que aquilo que estamos a sentir é um leque de reações normais do corpo, mas mais intensas.
3. Não devemos lutar contra elas ou tentar afastá-las; a sua intensidade irá diminuindo pouco a pouco.
4. Tentar não pensar em coisas do tipo “o que pode acontecer?”…”e se eu desmaiar?”… “e se eu perder o controlo?”. Se dermos connosco a pensar ”e se…?”, dizer para nós próprios “e então? Qual é o pior que pode acontecer?”
5. Mantermo-nos no presente: verificar o que realmente nos está a acontecer e não o que pode vir a acontecer.
6. Ir classificando o medo numa escala de 0 a 10 enquanto tem a crise; iremos reparar que o medo só se mantém num nível elevado durante alguns segundos.
7.Quando dermos connosco a pensar no medo, concentrarmo-nos numa tarefa muito simples, como contar de 100 para trás ou tentar visualizar uma imagem que lhe inspire calma e bem-estar.
8. Reparar que quando deixamos de acrescentar pensamentos assustadores ao medo, este vai gradualmente desaparecendo.
9. Quando o medo surgir, esperar e aceitá-lo, dando-lhe tempo para que desapareça, sem fugir dele.
10. Orgulharmo-nos de nós e dos nossos progressos, pensar como nos sentiremos bem depois desta vitória.
Há tratamento? Quais as vantagens, desvantagens e os riscos do tratamento?
O tratamento pode ser feito com medicamentos ou através de psicoterapia. A medicação é segura e sabe-se que o alívio dos sintomas é mais rápido se também for feita em conjunto psicoterapia. As vantagens são sobretudo a longo prazo, com a melhoria na qualidade de vida e a diminuição do número de recaídas.
O tipo de psicoterapia mais adequado nas doenças da ansiedade é a Psicoterapia Cognitivo Comportamental; o objetivo é aprender a reconhecer os sintomas e a lidar com eles.
Hoje em dia sabe-se que os medicamentos mais indicados para o tratamento da ansiedade são os chamados antidepressivos. Apesar de usados no tratamento da depressão, percebeu-se que estes eram também os medicamentos que tinham melhores resultados noutras situações, como nas doenças da ansiedade. Se parar o tratamento de repente os seus sintomas podem piorar, pelo que nunca deve parar o tratamento sem falar primeiro com o seu médico.