O Sanatorium é uma instalação performativa artística do artista Pedro Reyes em que a arte e a psicologia se entrelaçam, no ambiente de uma clínica, com consultório e terapeutas de bata branca.

Combina várias técnicas artísticas e psicoterapêuticas de forma a criar uma experiências de encontro, diálogo, partilha e descoberta.
A equipa saudemental.pt foi ao MAAT submeter-se a estas terapias. Experimentámos três das modalidades disponíveis:
- Casino Filosófico, em que cada um colocou uma questão como ‘Qual o sentido da vida? Devo adoptar outro cão? Pode existir revolução sem violência?” a um oráculo que tomava a forma de dados com frases de filósofos de diferentes inspirações. Para cada pergunta girámos o dado e obtivemos respostas surpreendentes!
- Mirroring – um líder executa uma série de movimentos espontâneos para expressar o que está a sentir e o resto do grupo é conduzido: replica os movimentos do líder e tentar imaginar o que este está a sentir. Descalços e leves, soltámos muitas gargalhadas entre passos de dança e gestos desajeitados!
- Mudras são gestos simbólicos que se podem fazer com o corpo ou mais tipicamente com as mãos/pontas dos dedos, usados em algumas práticas religiosas. Nesta terapia praticámos alguns mudras e, seguidamente, cada elemento do grupo criou um mudra só seu, manifestando uma intenção para a sua vida e partilhando-a com os outros.

Querem saber o que achámos?
Gostava que o Sanatorium fosse uma espécie de ginásio de bairro onde pudesse ir com regularidade, para trabalhar a minha saúde mental de forma divertida e descomplicada. A nossa terapeuta Maria Inês encarnou verdadeiramente o papel e tornou a experiência ainda mais terapêutica. A repetir num futuro próximo!
Aceitei o convite de ir a esta exposição sem saber o que esperar e cheguei ao final da experiência incrivelmente surpreendida. Apesar de ao inicio nos ser dito que as atividades não constituem “verdadeiras terapias” e que são levadas a cabo por “pessoas comuns” elas são verdadeiramente terapêuticas. Por um lado, proporcionam-nos momentos de reflexão, em que deixamos as nossas preocupações triviais de lado e voltamos a debruçar-nos sobre as questões que realmente importam, e que são abafadas pelo ritmo frenético do nosso dia-a-dia. Por outro, promovem também momentos de encontro e de aproximação com o outro, através da exposição e partilha de objetivos, dúvidas, fragilidades e receios, como é exemplo o medo do ridículo. Iniciativas como esta são bastante relevantes para a promoção da saúde mental, pelo que recomendo a todos esta experiência.

Uma exposição que transmite a noção fundamental de que cada um pode ter um papel activo na sua saúde mental e encontrar as “terapias” que melhor funcionam consigo. Assim, a arte surge como ferramenta empodera quem passa pela experiência e como contributo para a saúde pública mental.
3 aspectos que me agradaram mais: tratar-se de um espaço de reflexão e partilha localizado num grande centro urbano é representativo do desafio que o próprio projecto propõe; o jogo como facilitador de pensarmos mais sobre nós e sobre os outros; ser assumidamente conduzido por não profissionais significando que cada um de nós enquanto Comunidade pode ter um papel activo na promoção do nosso bem-estar e dos outros
Adorei a experiência do Sanatorium. O facto de haver um setting clínico com “terapias” que provocam cada participante a pensar no que o define e que é importante para si faz com que este seja um espaço rico na partilha e descoberta.
A parte mais gratificante para mim foi ter-me apercebido durante a experiência a maioria de nós (profissionais na área de saúde mental ou não) questiona e procura as mesmas coisas.
Têm até 20 de Setembro para visitar o Sanatorium e experimentarem estas terapias!
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